domingo, 22 de novembro de 2009

TECNOLOGIAS DA GESTÃO DO CONHECIMENTO

O papel principal da tecnologia da informação na gestão do conhecimento consiste em ampliar o alcance e acelerar a velocidade de transferência do conhecimento. Os software de gestão do conhecimento pretendem auxiliar na captura e estruturação do conhecimento de grupos de indivíduos, disponibilizando esse conhecimento em uma base compartilhada por toda a organização. Objetiva construir uma tipologia baseada no uso das ferramentas de gestão de conhecimento. A tipologia apresenta oito categorias: ferramentas voltadas para Intranet, sistemas de GED (Gerenciamento eletrônico de documentos), sistemas de groupware, sistemas de workflow, sistemas para a construção de bases inteligentes de conhecimento (business intelligence), sistemas de mapa de conhecimento e ferramentas de apoio à inovação. Cada categoria é ilustrada com um exemplo de software. São apresentados também casos de duas empresas brasileiras que adotaram software de gestão do conhecimento. Apresenta diretrizes que orientem a escolha por empresas de software de gestão do conhecimento, permitindo o uso adequado da tecnologia da informação como uma aliada das iniciativas organizacionais de gestão do conhecimento.

Tecnologia de informação e gestão do conhecimento está relacionada ao uso de sistemas de informação para o compartilhamento de informações ou conhecimento. A Gestão do Conhecimento centra-se em três aspectos principais: foco nos ativos intangíveis (principalmente o fator humano), tornar a gestão do conhecimento algo explícito, incentivar e criar mecanismos que facilitem aos empregados o compartilhamento de seus conhecimentos. Em particular, várias tecnologias que podem ser empregadas para este fim: intranets, groupware, document management systems, data warehouses, desktop-videoconferencing, electronic bulletin boards etc. Além disso, estas ferramentas podem ser classificadas em três grandes áreas:
- repositório de materiais de referência: conhecimento explícito que pode ser facilmente acessado e que evita duplicações de esforços;

- expertise maps: banco de dados com listas e descrições das competências de indivíduos de dentro e de fora da organização. Isto facilitaria o compartilhamento de conhecimento tácito;

- just-in-time knowledge: ferramentas que reduzem as barreiras de tempo e distância no acesso a conhecimentos(ex: video conferência).

Quando se pensa em Gestão do Conhecimento há uma superposição na direção das análises "micro" (indivíduos e grupos), "meso" (organização) e "macro" (ambiente). Reconhece-se, assim, que o aprendizado e a criação individual incluem a capacidade de combinar diferentes inputs e perspectivas, que o aprendizado organizacional demanda uma visão sistêmica do ambiente e a confrontação de modelos mentais distintos e, finalmente, que o processo de inovação requer, crescentemente, a combinação de diferentes habilidades, conhecimentos e tecnologias de campos distintos do conhecimento e mesmo de diferentes setores econômicos.Subjacente ainda a maior parte destas qestões está o reconhecimento de que o capital humano, formado pelos valores e normas individuais e organizacionais, bem como pelas competências, habilidades e atitudes de cada funcionário, é a "mola propulsora" da geração de conhecimentos e geração de valor nas empresas. Isto significa, por sua vez, reconhecer as necessidades de se estimular a motivação intrínseca, o estabelecimento de contatos pessoais, a análise de diferentes perspectivas, a abertura para a efetiva comunicação e para o aprendizado através de experiências, tentativas e erros individuais.

A Gestão do Conhecimento têm um caráter universal, ou seja, fazem sentido tanto para empresas de setores tradicionais, como para empresas em setores de ponta; para empresas em setores primários, como para serviços. Além disso, não se limitam, por exemplo, ao chão de fábrica, departamento de novos produtos ou áreas em contato com os clientes. Isto, segundo nossa opinião, tem elevada importância para a competitividade das empresas nacionais. A "tecnologia gerencial" expressa nos princípios e práticas de Gestão do Conhecimento discutidos neste trabalho apresenta, pode-se argumentar, elevada relação custo-benefício, além de se encontrar, em boa medida, ao alcance de praticamente qualquer tipo de empresa, conforme exemplos arrolados neste trabalho.

Há, entretanto, no caso das empresas nacionais, que se trabalhar com as condições de contorno vigentes. Neste sentido, o considerável atraso na formação educacional de boa parte da população brasileira não poderia deixar de ser, mais uma vez, salientado. Os exemplos conhecidos de sucesso em solo nacional, as chamadas "ilhas de excelência", atestam, por sua vez, que a superação desta desvantagem passa obrigatoriamente por estratégias educacionais, gerencias e empresariais concatenadas e, próativamente, inseridas no ambiente.

Os desafios relacionados à adoção das práticas e modelos associados à Gestão do Conhecimento não são, evidentemente, triviais. Neste sentido, é preciso avaliar as várias experiências (estudos de casos, em particular) reportadas na literatura, de empresas que se engajaram em grandes processos de mudanças. De maneira geral, eles apontam, antes de mais nada, para significativos esforços de conscientização e de comunicação e ativa participação pessoal da alta administração. Precisam, por outro lado, ser apoiados por mudanças de processos, estruturas,sistemas de informação e de incentivo individual e coletivo.

Por fim, é nossa convicção que a simples intensidade dos investimentos em P&D não pode ser diretamente associada a melhores desempenhos inovadores ou de geração e difusão de conhecimentos. Neste sentido, qualquer esforço governamental de promover a mudança do país rumo a uma Sociedade do Conhecimento não pode deixar de levar em conta os avanços recentes na tecnologia gerencial relacionada à Gestão do Conhecimento. A Gestão do Conhecimento procura compreender, a partir dos recentes avanços nas tecnologias de informática e de telecomunicações, e das conclusões das teorias sobre criatividade e aprendizado individual e organizacional, como os investimentos nesta área podem de fato aumentar a capacidade de gerar, difundir e armazenar conhecimento de valor para as empresas e para o país.

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